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Dever cívico


Em meu último texto do dia 18 de abril de 2010, recebi um comentário com a seguinte pergunta: “Mas nós, além do voto, o que podemos fazer para

mudar o rumo da prosa???”

Prazerosamente, começo minha resposta.

Acredito que para mudarmos é preciso passar a questionar mais o que está a nossa volta de uma forma consciente e reflexiva. Precisamos ter opinião, defendê-la e colocá-la em prática.

Precisamos buscar olhar os desafios desprovidos de nossos conceitos rígidos e estáticos e que em muitos casos nem nossos são, mas sim uma reprodução que fazemos de um telefone sem fio torto.

Temos que formar opinião, pois somos e seremos os formadores de opinião da geração seguinte e esta da sua e, como em um derrubar de dominós, sucessivamente para o “enfim sempre”.

Como?

Sendo contra ou sendo a favor.

Ficar sobre o muro ou repassar a responsabilidade da decisão e do erro (e também do possível acerto) é aceitar claramente que alguém nos diga o que é ou não é, deixando apenas o “amém”para legitimar o comando.

Os parâmetros culturais, sociais e intelectuais de uma sociedade somente são formados pelo desenvolvimento, pela prática e pela luta para que estes se incorporem no cotidiano das pessoas comuns. Aos comuns, que se preocupam com o respirar do dia-a-dia, cabe a absorção do ensinamento quando este incorpora-se no âmbito mais comum da sociedade, por exemplo a TV. Quando isto acontece, significa que a sociedade progrediu.

Mas se nós, pessoas letradas, instruídas, ativas, viajadas, culturadas e capazes, não buscarmos pensar e fazer o que é certo vamos esperar que parta de que esfera de nossa sociedade?

Leia que em nenhum dos adjetivos acima qualifiquei classe social ou êxito profissional. Ser letrado é não ser analfabeto. Ser instruído é saber fazer algo. Ser ativo é querer fazer algo. Ser viajado é ter tido a oportunidade de ir mais longe do que a sua preguiça. Ser culturada é estar atento ao que produzimos de valor.

E quando eu me refiro a esfera de nossa sociedade, novamente não me refiro a classe social, política, profissional ou religiosa. Falo da condição do próprio ser humano. Da condição de ser egoísta, de ser perverso, de ser ganancioso...mas também de ser bom, de ser amoroso, de ser correto.

Temos é que educar o nosso dia-a-dia para que se sirva de exemplo, pois é dele que surgiu o ato de repetir.

Quando não precisarmos mais levantar a mão em uma faixa de pedestre e sim a simples intenção de usá-la, terá significado que a sociedade progrediu mais um passo.

Maurício Aurvalle.

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